“Toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência.” (Léon Blum)
segunda-feira, 31 de março de 2014
CITAÇÃO DO DIA
RAPIDINHAS DO BLOG...
SETOR PÚBLICO TEM SUPERÁVIT
DE R$ 2,13 BI EM FEVEREIRO
O setor público consolidado apresentou superávit primário
de R$ 2,130 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central. Em janeiro, o
resultado havia sido positivo em R$ 19,921 bilhões. Em fevereiro de 2013, houve
superávit de R$ 3,031 bilhões. O superávit primário consolidado de fevereiro
ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo
AE Projeções, que iam de déficit primário de R$ 1,5 bilhão a um superávit de R$
2,5 bilhões e mediana de zero. O esforço fiscal de fevereiro foi composto por
um déficit de R$ 3,389 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e
Previdência Social). Os governos regionais (Estados e municípios) contribuíram
com superávit de R$ 5,468 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um
superávit de R$ 4,107 bilhões, os municípios tiveram também um superávit de R$
1,360 bilhão. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 52
milhões.
NO ANO
O esforço fiscal do setor público caiu nos primeiros dois
meses deste ano em relação ao mesmo período de 2013. As contas do setor público
acumulam até fevereiro um superávit primário de R$ 22,052 bilhões, o
equivalente a 2,73% do PIB. No mesmo período do ano passado, o superávit
primário era maior: de R$ 27,220 bilhões ou 3,66% do PIB. O esforço fiscal foi
feito com a ajuda de um superávit de R$ 9,160 bilhões do Governo Central (1,14%
do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit
de R$ 12,709 bilhões (1,58% do PIB) nos dois primeiros meses do ano. Enquanto
os Estados registraram um superávit de R$ 10,184 bilhões, os municípios
alcançaram um saldo positivo de R$ 2,525 bilhões. As empresas estatais
registraram superávit de R$ 183 milhões (0,02 % do PIB).
12 MESES
As contas do setor público acumulam um superávit primário
de R$ 86,138 bilhões em 12 meses até fevereiro, o equivalente a 1,76% do PIB. O
esforço fiscal subiu em relação a janeiro, quando o superávit em 12 meses
estava em 1,66% do PIB ou R$ 80,976 bilhões. O superávit em 12 meses está
abaixo da estimativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de alcançar um
saldo positivo de 1,9% ao final de 2014. O esforço fiscal foi feito com a ajuda
de um superávit de R$ 65,506 bilhões do Governo Central (1,34% do PIB).
DÍVIDA LÍQUIDA
A dívida líquida do setor público subiu para 33,7% do
Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro, ante 33,1% em janeiro. Em dezembro de
2013, estava em 33,6% do PIB. A dívida do governo central, governos regionais e
empresas estatais terminou o mês passado em R$ 1,649 trilhão, informou o Banco
Central. A dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 2,816
trilhões, o que representou 57,5% do PIB. Em janeiro, essa relação estava em
58,1%.
JUROS
O setor público consolidado gastou R$ 11,646 bilhões com
juros em fevereiro, o que representa uma queda em relação ao gasto de R$ 30,399
bilhões registrado em janeiro deste ano e redução também ante os R$ 20,251
bilhões vistos em fevereiro de 2013. O governo central teve no mês passado um gasto
com juros de R$ 6,726 bilhões. Já os governos regionais registraram uma despesa
de R$ 4,734 bilhões, e as empresas estatais tiveram gastos de R$ 186 milhões.
No acumulado do ano, o gasto com juros do setor público consolidado soma R$
42,045 bilhões, o equivalente a 5,21% do PIB. No mesmo período do ano passado,
o gasto com juros estava em R$ 42,900 bilhões ou 5,77% do PIB. Já nos 12 meses
encerrados em fevereiro, a despesa chega a R$ 248,001 bilhões ou 5,06% do PIB.
CÂMERA QUE ESTEVE NA LUA É LEILOADA POR 660 MIL EUROS
A galeria de fotografia Westlicht, de Viena, leiloou na
noite desse sábado uma câmera Hasselblad, a única que tirou fotos na Lua, por €
660 mil (o equivalente a R$ 2,1 milhões). Em comunicado, a galeria
informou que o comprador da câmera é o empresário japonês Terukazu Fujisawa,
fundador da rede de lojas de produtos eletrônicos Yodobashi Camera. A câmera
foi usada pelo astronauta americano Jim Irwin na missão da Apollo 15 em 1971 e
tinha um preço inicial no leilão de € 80 mil (R$ 256 mil). Segundo o comunicado
da Westlicht, o elevado preço pago "mostra a incessante fascinação com a
aterrissagem na Lua". A câmera tirou no total 299 fotos da superfície
lunar durante a missão da Apollo 15. Depois que todas as demais câmeras usadas
nessa missão foram deixadas na Lua para liberar espaço na cápsula para amostras
de minerais, a Hasselblad de Irwin passou a ser a única que esteve no satélite
a voltar à Terra. A câmera será exposta no Museu particular de Terukazu
Fujisawa, informou a galeria Westlicht. "Acho que a câmera recebeu o preço
(adequado) se for levado em conta a história. Nenhuma outra esteve na lua e
voltou", disse o diretor da galeria, Peter Coeln.
MICROSOFT LANÇA OFFICE PARA IPAD
A Microsoft lançou na semana passada a versão para iPad
do Office, que inclui os aplicativos Word, Excel e PowerPoint e que concorrerá
com os apps de produtividade nativos da Apple, que tornaram-se gratuitos
recentemente. Clique para ir à página do Office Mobile na App Store. Os programas estarão disponíveis a partir das 15h desta
quinta para "todos", segundo a empresa, por meio da App Store e serão
gratuitos para visualizar documentos. Já para criar e editar arquivos com os
formatos proprietários da Microsoft, como DOC, XLS e PPS, será necessário
assinar o Office
365, que custa R$ 209 por ano ou R$ 21 por mês. Para os já assinantes, o
software estará disponível gratuitamente. A ideia por trás do lançamento, diz a
empresa, é prover o bilhão de usuários que tem o Office uma experiência
"sem atrito" entre os dispositivos que eles possuem. Junto com o
anúncio, a Microsoft apresentou novas ferramentas para desenvolvedores e para
empresas. O Word terá ferramentas avançadas de edição de texto, com opção de
visualizar e criar gráficos. "O iPad tem a reputação de te fazer parecer
bacana, mas, agora [com o Excel disponível para o tablet], também o fará parecer
esperto", disse Julia White, gerente-geral da divisão do Office na
Microsoft. Até agora, do pacote de produtividade da Microsoft, só o OneNote, de
anotações, havia sido lançado para a plataforma móvel da Apple. Para o Mac OS
X, sistema dos computadores Mac, o Word foi lançado em 1984; o Excel em 1985; e
o Office em 1989, antes mesmo de chegar ao Windows. A versão mais recente do
Office para Mac é a versão Office for Mac 2011, mas o modelo de distribuição do
pacote, tanto na versão para Windows quanto na para Mac, mudou para o de
assinatura e passou a se chamar Office 365.
COLÍRIO DO BLOG
LYGIA FAZIO – UM EXUBERANTE
COLÍRIO DOSADO EM 05 GOTAS

PERFIL DO COLÍRIO
Lygia Fazio - Modelo do Bella da
Semana não é uma mulher comum. Além de toda essa potência que podemos observar
nas imagens, Lygia Fazio surpreende pelas escolhas profissionais. Aos 27 anos,
além de modelo, ela também é jornalista e atriz. No currículo está o trabalho
como assistente do mágico Mário Kamia. Nas redes sociais, a paulistana divide a
atenção com quase 800 mil seguidores. É, a vida de Lygia está longe de ser
normal. Mais uma prova de que a loira gosta de inovar é o ensaio exclusivo que
fez para o Bella da Semana, durante o qual fotografou no mar, num carro, com um
skate e uma prancha de surf.
Data e local de
nascimento: 31 de julho de 1985, em São Paulo (SP).
Cidade onde mora: Taboão da Serra (SP).
Medidas
Altura: 1,74 m.
Quadril: 98 cm.
Cintura: 65 cm.
Busto: 94 cm.
Pés: 37.
EFEITOS COLATERAIS DO COLÍRIO DO BLOG
Aumento da frequência cardíaca,
endurecimento dos membros, falta de ar e insônia.
PRECAUÇÕES
O uso prolongado pode causar dependência. Se
persistirem os sintomas, consulte um médico.
CAUSOS DO BLOG
ENFORCAMENTO
por Totonho Laprovitera
O último enforcamento no Brasil ocorreu com a pena de morte executada contra um escravo, na cidade do Pilar, em Alagoas, no ano de 1874. Curiosamente, o imperador Pedro II resolveu impor o castigo mais por uma questão de favor político do que pelo crime em si que havia ocorrido.
Pois bem, naquela época, dois amigos se encontraram:
- Ô Prudêncio!
- Ô, Augusto, há quanto tempo!
- Prezado, como anda o nosso amigo Vicente?
- Meu caro, você não sabe a desventura que ocorreu com ele?
- Não, qual?!
- O Vicente foi apanhado furtando ovos.
- Quanta desdita!
- Pois é, foi julgado e condenado.
- E daí?
- Ele foi enforcado!
- Meu Deus, tão somente pelos ovos?!
- Não, pelo pescoço!
SUA CIDADE NO PASSADO
MOSSORÓ-RN NO ANO DE 1965
Imagem da Praça da Independência em Mossoró-RN-Brasil clicada no ano de 1965.
Fonte: http://telescope.blog.uol.com.br/
PIADA DO BLOG
MULHERÃO NO CASSINO
Uma loira muito sensual tipo Ellen Roche entrou num cassino. Trocou dez mil dólares
por fichas e dirigiu-se à mesa da roleta. Lá chegando, anunciou que apostaria todo o seu dinheiro e que acertaria os números em um único lance. E,fitando os dois empregados responsáveis pela roleta acrescentou:
- Olha, espero que vocês não se importem, mas tenho mais sorte quando estou toda nua...
Dito isto, ela se despiu completamente, e depois colocou as fichas todas sobre a mesa. Inteiramente abestalhado, o "croupier" acionou a roleta. Enquanto esta girava, a loura cantava:
- MÃEZINHA PRECISA DE ROUPAS NOVAS! MÃEZINHA PRECISA DE ROUPAS NOVAS!...
Assim que a roleta parou, ela começou a dar grandes pulos e a gritar:
- GANHEI!!! GANHEI!!! QUE MARAVIIIIILHAAA!!! GANHEEEI!!!
Ela então abraçou e beijou cada um dos croupiers. Em seguida debruçou-se
sobre a mesa e recolheu todo o dinheiro e as fichas. Vestiu-se rapidamente e se mandou. Os croupiers se entreolharam boquiabertos. Finalmente, um deles, voltando a si, perguntou:
-Em que numero ela apostou, você viu?
E o outro:
-Eu não. Pensei que VOCÊ estivesse olhando...
Moral da história: Nem toda loura é burra , mas HOMEM É TUDO IGUAL!
TEXTO DO BLOG
VEJA POR QUE ALGUNS RAPAZES SÓ SE INTERESSAM POR
MULHER MAIS VELHA
Além de conversas mais profundas, que
promovem o crescimento pessoal, e de fantasias sexuais, a atração do homem por
uma mulher mais madura às vezes tem outra motivação. O rapaz pode estar
buscando a figura da mãe na parceira, uma estabilidade emocional que lhe faltou
na infância. Por isso, é preciso avaliar bem seus sentimentos. O casal deve
ainda ser forte para vencer o preconceito.

por Marcos Ribeiro*
Na música Mudança dos Ventos, de Ivan Lins (68) e Vitor
Martins (69), Nana Caymmi (72) canta o seguinte: “Ah, vem cá meu menino/ Do
jeito que imagino/ Me tira essa vergonha/ Me mostre, me exponha/ Me tire uns 20
anos/ Deixa eu causar inveja/ Deixa eu causar remorsos/ Nos meus, nos seus, nos
nossos...”. O tema desta nossa conversa é justamente a relação amorosa entre um
homem jovem com mulher mais madura. A diferença de idade muitas vezes chega a
40 anos, o que deixa o rapaz “doidinho”, como está um funcionário envolvido com
uma moradora do condomínio onde moro, no Rio. Socialmente, é uma situação que
causa desconforto, porque a maldade toma a frente da história. É comum
dizerem que “a coroa deve estar sustentando o garotão!”. Mas o
contrário, a união do homem mais velho com uma jovem, em geral é mais
bem-aceito.
O que faz um jovem se interessar — e sentir desejo — por
uma mulher com mais idade que sua mãe? A maturidade precoce pode fazê-lo buscar
conversas mais profundas, aprendizado e incentivo para crescer. Sexualmente, a
experiência e o ‘saber o que quer’ da mulher mais velha é fonte de fantasias.
Mas não é só isso. Tem o outro lado da história, que está ssociado às relações
afetivas do rapaz na infância.
Psicologicamente, ele pode estar projetando nessa mulher
a figura materna, buscando a segurança, proteção e “estabilidade” emocional que
lhe faltaram quando era criança. De uma maneira inconsciente, essa mulher — que
acredita ser amada — estaria cumprindo esse papel para ele. Na Psicanálise,
Sigmund Freud (1856-1939) formulou o chamado complexo de Édipo, que é quando a
criança, na fase fálica, por volta dos 3 anos, sente forte amor pela mãe e ódio
pelo pai (ou por qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para
com o filho). A consequência é que o homem pode vir a buscar, nas relações
maduras, a figura da sua mãe projetada na mulher mais velha para suprir a
carência da infância.
O nó dessa história pode estar neste ponto: enquanto o
rapaz se divide entre o desejo da experiência para uns e a imagem materna
para outros, para a mulher há só a busca da jovialidade, a emoção, leveza,
diversão e aventura. O namoro com um “garoto de apenas 20 anos” a faz se
sentir desejada e valorizada.
A que os dois devem ficar atentos, então? Primeiro, é
preciso ter clareza: identificar se ambos têm os mesmos olhares e expectativas
e se não estão querendo suprir carências. O rapaz deve buscar descobrir quem é
essa mulher para ele, que papel está ocupando em sua vida. Outro ponto
importante para o homem é lembrar que, por ser jovem, pode não ter disponibilidade
financeira para acompanhar a parceira em programas de que gosta. O casal
deve conversar a respeito.
De outro lado, a mulher precisa ser forte para enfrentar
o preconceito. Pode vir a ser rotulada de iludida e ouvir que vai “levar o
golpe”. Se ficar insegura, pode sofrer com o ciúme e criar o “fantasma” da
“competição” com a juventude de outras mulheres. Enfim, a diferença de idade e
de momentos de vida pode ajudar ou ser empecilho para a união. Mas o amor pode
ultrapassar tudo. E, se for passageiro, “que seja infinito enquanto dure”, como
escreveu o poeta carioca Vinicius de Moraes (1913-1980).
(*) Marcos
Ribeiro, professor e consultor em educação sexual, é autor de Adolescente: Um
Batepapo sobre Sexo (Ed. Moderna) e acaba de lançar Conversando com seu Filho
Adolescente sobre Sexo (Ed. Academia). E-mail: marcosribeiro@marcosribeiro.com.br
domingo, 30 de março de 2014
DICA DO BORJÃO
A “Dica do Borjão” de hoje,
30 de março de 2014, faz uma viagem ao túnel do tempo e disponibiliza uma
romântica música que fez muito sucesso na década de 60, trata-se da canção “STELLA (Juan Senon Rolón - Paulo Imperial)” interpretada pelo cantor Fábio, um paraguaio (Juan Senon Rolón)
naturalizado brasileiro (Fábio) e radicado no Brasil. Um domingo de boas
recordações e até a próxima “Dica do Borjão”
STELLA
(Fábio
Juan Senon Rolón - Paulo Imperial)
Stella
Em que estrela você se escondeu
Em que sonho você vai voltar
Quanta espera de você
Em que estrela você se escondeu
Em que sonho você vai voltar
Quanta espera de você
Stela
Oh, oh
Primavera não se esqueceu
Em mim repousa seu olhar
Quem dera ver você
Vem ver, vem ver
Tudo te chamando
Vem ver, vem ver
O amor
O amor
Que estou guardando
Pergunte ao sol
Pergunte ao mar
Do meu amor
Oh, oh
Primavera não se esqueceu
Em mim repousa seu olhar
Quem dera ver você
Vem ver, vem ver
Tudo te chamando
Vem ver, vem ver
O amor
O amor
Que estou guardando
Pergunte ao sol
Pergunte ao mar
Do meu amor
(Repete letra)
Stella
Stella
Stella
Stella
Stella
Stella
Stella
Stella
quinta-feira, 27 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
CITAÇÃO DO DIA
“Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.” (Ruy Barbosa)
RAPIDINHAS DO BLOG...
S&P APONTA PIORA FISCAL E CRESCIMENTO LENTO E
REBAIXA NOTA DO BRASIL
A agência de classificação de risco Standard & Poor's
anunciou na segunda-feira, 24, o temido rebaixamento da nota de crédito do
Brasil. O rating da dívida de longo prazo do País em moeda estrangeira foi
rebaixado de BBB para BBB-. A perspectiva da nota agora é estável. Apesar do
rebaixamento, o País se mantém dentro do grau de investimento, alcançado em
2008. Segundo relatório da S&P, "o rebaixamento reflete a combinação
de derrapagem fiscal, a perspectiva de que a execução fiscal permanecerá fraca,
em meio a um crescimento moderado nos próximos anos, uma capacidade limitada
para ajustar a política antes da eleição presidencial de outubro e um certo
enfraquecimento das contas externas do Brasil. A perspectiva de crescimento
lento reflete tanto fatores cíclicos como estruturais, incluindo o investimento
como parcela do PIB de apenas 18% em 2013 e uma desaceleração do crescimento da
força de trabalho. Combinados, esses fatores destacam o espaço diminuído do
governo para manobrar em face de choques externos". Segundo fontes do
mercado ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, soube da decisão do S&P ainda no meio
da tarde de hoje. Mas, em geral, o anúncio surpreendeu o governo. À tarde,
Mantega alterou sua agenda oficial para participar de reunião da presidente
Dilma Rousseff com os principais banqueiros do País. A decisão desta
segunda-feira poderá dificultar a estratégia do governo de atrair investidores
e recuperar a credibilidade perdida após manobras para fechar as contas nos
últimos dois anos - ponto destacado pela agência no comunicado. Uma equipe da
S&P esteve no Brasil na semana do dia 10 de março, com o objetivo passar um
pente-fino nas contas públicas e conversar com agentes do mercado, investidores
e autoridades do governo. Na ocasião, a força-tarefa da S&P participou de
encontros com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a diretoria do Banco
Central e com representantes do Ministério das Comunicações. O rating da dívida
de longo prazo do País em moeda local também foi rebaixado, para BBB+ de
A-. E o rating de crédito de curto prazo em moeda estrangeira foi reduzido para
A3, de A2. Já a nota da dívida de curto prazo em moeda local foi mantido em A2.
O rating em escala nacional também foi mantido inalterado, em brAAA, com
perspectiva estável. O documento também diz que "a credibilidade da
conduta da política fiscal enfraqueceu sistematicamente, à medida que o governo
isentou vários itens de receita e de gastos da meta fiscal, além de rebaixar a
própria meta ao longo do tempo. O uso persistente de bancos estatais,
financiados por recursos "por baixo do pano" do Tesouro, também minou
a credibilidade e a transparência da política, afirma a agência. A S&P
também ressaltou a situação do setor elétrico. "A implementação das
medidas recentemente anunciadas para gerir perdas no setor elétrico (tendo em
vista a falta de chuvas e a dependência da energia térmica de alto custo), com
uma elevação limitada das tarifas da eletricidade em ano eleitoral, pode ser um
desafio", diz o documento. A agência destaca que o governo parece estar
reduzindo o ritmo da concessão de crédito pelos bancos estatais, e com isso o
financiamento "por baixo do pano" para eles por parte do Tesouro. Se
isso permanecer nos trilhos, afirma a S&P, ao longo do tempo deverá ser
positivo para o rating. "Contudo, outros riscos fiscais negativos derivam
do desempenho dos governos estaduais e municipais (cujos déficits não são mais
compensados pelo governo federal) e de uma decisão iminente do Supremo Tribunal
sobre contas de poupança (que poderá resultar em o governo ter de cobrir perdas
no setor bancário). Combinados, esses fatores poderão colocar pressão adicional
sobre o desempenho fiscal do Brasil no futuro", prossegue o texto. Para
2014, o governo anunciou uma meta de superávit primário (economia para pagar os
juros da dívida) de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo porcentual
cumprido em 2013.
BRASIL QUER RETIRAR CRÍTICA A ÁLCOOL E BIODIESEL DE
RELATÓRIO DO CLIMA
O governo brasileiro vai pedir ao IPCC (painel do clima
da ONU) para apagar de seu novo relatório uma crítica à política do uso de
biocombustíveis como forma de atenuar o aquecimento global. Na introdução não
técnica da parte do documento sobre impactos e adaptações ao aquecimento
global, uma frase sugere que o cultivo de vegetais para álcool e biodiesel pode
incentivar desmate (que por sua vez gera mais emissão de gases do efeito
estufa). A afirmação desagradou a delegação brasileira, que pedirá uma correção
no texto. O trecho contestado afirma que "aumentar o cultivo de plantações
para bioenergia implica riscos para ecossistemas e para a biodiversidade,
apesar de contribuições da energia de biomassa para a mitigação [do aquecimento
global] reduzirem riscos relacionados ao clima". A frase está no
"sumário para formuladores de política" --resumo não técnico do
documento-- do relatório do grupo 2 do IPCC, que trata de impactos e adaptações
à mudança climática. A delegação brasileira diz considerar injusto atacar os
biocombustíveis sem que outras formas de energia tenham seus impactos
relatados. "Eles destacaram isso do nada" disse à Folha um
representante do governo para a área de clima. Para ele, qualquer forma de
energia tem algum impacto ambiental. "Naquela frase seria possível trocar
biocombustíveis por produção de painéis solares, turbinas eólicas ou até o
aumento das hidrelétricas". O novo
relatório do grupo 2 do IPCC deve ficar pronto no dia 30, após cinco dias de
debate no encontro em Yokohama, no Japão. Os tópicos do sumário para
formuladores de política tendem a ser disputados palavra a palavra, pois servem
de base para negociações internacionais. O documento subsidia a discussão sobre
a criação de mecanismos de financiamento para países afetados pela mudança
climática e o debate de um acordo global para cortes de emissões, que terá uma
rodada crucial em 2015. Para o ecólogo David Lapola, da Unesp, a demanda do
Brasil é razoável, pois o plantio de cana e soja no país causa pouco desmate
direto. O que ocorre é agricultores comprarem terras de pastagem e levarem
pecuaristas a adquirirem terras florestadas baratas para desmatar. "Isso
implicaria um pouquinho de desmate para colocar na conta da cana-de-açúcar e da
soja, mas como o desmatamento está caindo, fica óbvio que a pecuária está se
intensificando (usando pastagens com gado mais concentrado)", diz Lapola.
Gustavo Luedemann, negociador do Brasil no encontro de Yokohama, não quis
comentar dados específicos do relatório do IPCC, mas diz que está bastante
tranquilo com o texto do documento. "Não há pontos de conflito",
afirma. "O que há são correções que nós sugerimos em relação à forma com
que as coisas são escritas."
BRASILEIRO CRIA EMPRESA COM US$ 2 MI APÓS DEIXAR A
MICROSOFT E O FACEBOOK
Engenheiro e cientista da computação pelo MIT (Instituto
Tecnológico de Massachusetts), onde fez também mestrado em inteligência
artificial, o paulista Giuliano Giacaglia, 23, abriu mão de trabalhar na
Microsoft e no Facebook para se tornar sócio do americano Paul English, que
investe em start-ups. Eles farão uma empresa de pagamentos concorrente da
Square, de Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter. Hoje com US$ 2 milhões
disponíveis para investir, Giacaglia mora de favor na casa de um amigo e chegou
a pular uma refeição por dia para economizar. Por enquanto eu moro na casa de
um amigo aqui em Boston, dormindo num colchão, de favor. A partir de abril vou
ter um salário, por causa do investimento que a minha empresa recebeu, e vou
conseguir alugar um apartamentinho. Minha ideia inicial era fazer um aplicativo
para restaurantes: você senta, come, sai sem falar nada e já está pago, sem
precisar de confirmação. Mas o mercado aqui nos EUA é muito competitivo nessa
área de software, principalmente para restaurantes. O MIT [Instituto
Tecnológico de Massachusetts], onde eu fiz graduação e mestrado, tem um
programa que ajuda alunos empreendedores. Os veteranos que me ajudaram
investem, eles entendem mais do lado do investidor que do empreendedor. No ano
passado, um amigo meu, Pete Kruskall, começou uma empresa de "machine
learning" para bancos de investimento. Tipo um Siri, da Apple, para bancos
de investimento. Ele já tinha experiência, porque trabalhou na Kayak [site de
planejamento de viagens vendido em 2012 por US$ 1,8 bilhão] e no Google, mas
descobriu que aquilo não era o que queria. Eu estava me aconselhando com esse
amigo, porque sei que é muito difícil começar uma companhia. Comecei minha
empresa com outro amigo, mas a gente terminou –é como qualquer relacionamento,
não é fácil... Foi o Pete que me apresentou ao [fundador da Kayak] Paul
English. Ele vai ser meu sócio, e a gente está procurando alguém de negócios,
porque o Paul conhece o pessoal dessa área. Eu sei da parte técnica, posso
fazer tudo. Estamos trabalhando em um app para pagamentos, não só em celulares,
mas também com software para computadores. A ideia é, eventualmente, ser
competidor da Square, [empresa de pagamentos criada por Jack Dorsey, cofundador
do Twitter]. Não sei se é possível porque eles estão fortes, e precisa de muito
investimento. O Paul English vai injetar entre US$ 500 mil e US$ 2 milhões. A
minha ideia é gastar o mínimo para pôr o negócio rodando. A partir daí,
conseguir mais investimento. Ele também é consultor para [os fundos] General
Catalyst e Sequoia Capital. O nome dele é muito forte, ele tem uma voz. Quando
vim para cá, não falava inglês direito. No primeiro ano, minha avó me ajudou
com as despesas, porque eu tinha que pagar comida e estadia. Das universidades
de fora, só me inscrevi para o MIT, tive sorte de passar. No final, eu tive
muita sorte. No segundo ano, eu tinha que conseguir dinheiro para pagar a
faculdade. Fiz entrevistas, mas não tinha nenhuma experiência e meu inglês era
bem ruim. Acabei fazendo pesquisa, na própria universidade. Nessa pesquisa,
provei uns negócios e publiquei um artigo no "Electronic Journal of
Combinatorics". Teve um tempo meio tenso em que estava difícil conseguir
até comida –tive um pequeno "racionamento" [risos]. No final do ano
eu não almoçava, só jantava na fraternidade. E meus pais não sabiam disso; na
verdade, eles não sabem. Eu que decidi vir para cá, certo? Então tenho que
cobrir os gastos. Nessa época, quando fui visitar meus pais –eles pagaram a viagem–,
estava magrelo. Meu pai perguntou se eu precisava de alguma coisa, falei:
"Ah, se puder ajudar é melhor, né?" [risos]. Logo depois, consegui
emprego na Microsoft, em Seattle (Washington), que deu dinheiro pra caramba.
Fizeram uma proposta para eu ficar, mas achei melhor esperar. Daí eu trabalhei
no Facebook, em Menlo Park (Califórnia), e não foi exatamente o que eu queria
fazer da minha vida. As experiências são totalmente diferentes, porque as
cidades têm perfis diferentes. Não me adaptei ao Vale do Silício, tem muita
gente fazendo start-ups. É uma bolha, não no sentido financeiro, mas de falta
de diversidade. A Microsoft tem gente mais velha –é mais tranquilo. Talvez eu
volte a trabalhar para uma empresa grande, se as coisas não derem certo.
CINEMA NO BLOG
UM CORPO QUE CAI (1958)
Vertigo
FICHA TÉCNICA
A mulher que viveu duas vezes (Portugal)
Sueurs froides (França) La donna che visse due volte (Itália) De entre los muertos (Espanha) |
|
Pais:
|
Estados Unidos
|
Gênero:
|
Suspense,
Romance
|
Direção:
|
Alfred
Hitchcock
|
Roteiro:
|
Alec Coppel,
Samuel A. Taylor
|
Produção:
|
James C. Katz
|
Música
Original:
|
Bernard
Herrmann
|
Fotografia:
|
Robert Burks
|
Edição:
|
George
Tomasini
|
Direção de
Arte:
|
Hal Pereira,
Henry Bumstead
|
Figurino:
|
Edith Head
|
Guarda-Roupa:
|
Edith Head
|
Maquiagem:
|
Wally Westmore
|
Efeitos
Sonoros:
|
Winston H.
Leverett, Walter Spencer
|
Efeitos
Especiais:
|
John P.
Fulton, Farciot Edouart, W. Wallace Kelley
|
Efeitos
Visuais:
|
Paul K.
Lerpae, John Whitney Sr.
|
ELENCO
James
Stewart
|
Det. John
'Scottie' Ferguson
|
Kim Novak
|
Madeleine
Elster / Judy Barton
|
Barbara Bel
Geddes
|
Marjorie
'Midge' Wood
|
Ellen Corby
|
Gerente do
Hotel McKittrick
|
Konstantin
Shayne
|
Leibel
|
Tom Helmore
|
Gavin Elster
|
Henry Jones
|
Investigador
|
Lee Patrick
|
Proprietário
do carro
|
Raymond
Bailey
|
Médico de
Scottie
|
Paul Bryar
|
Det. Capt.
Hansen
|
Jean
Corbett
|
Sra. Elster
|
Joanne
Genthon
|
Carlotta
Valdes
|
Roland
Gotti
|
Maître do
Restaurante Ernie's
|
June
Jocelyn
|
Enfermeira
|
Miliza Milo
|
Vendedora
|
Julian
Petruzzi
|
Vendedor de
Flores
|
Sara Taft
|
Freira
|
PRÊMIOS
Festival
Internacional de San Sebastián, Espanha
Prêmio Concha de
Prata de Melhor Direção (Alfred Hitchcock)
Prêmio Zulueta
de Melhor Ator (James Stewart)
INDICAÇÕES
Academia de
Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor
Direção de Arte
Oscar de
Melhores Efeitos Sonoros
VIDEOCLIPES
SINOPSE
O Det. John
'Scottie' Ferguson retira-se da polícia após ter visto um colega morrer,
sem poder fazer nada. Scottie sofre de acrofobia (medo de altura), e o
fato de estar num telhado na hora do acidente o impediu de salvar seu amigo. Um
dia, ainda se recuperando física e psicologicamente do ocorrido, ele comenta
com Midge, uma designer na área de propaganda e sua grande amiga, que recebera
uma mensagem telefônica de um velho amigo de colégio, Gavin Elster, hoje um
magnata da indústria naval, propondo um encontro. Ao se reunir com Gavin, este
o contrata, como detetive particular, para vigiar sua esposa, Madeleine, que
parece estar perturbada, com tendências suicidas e com fixação por Carlotta
Valdes, uma mulher que viveu no século passado. Um dia, ao seguir Madeleine,
ele vai ter à margem da Baía de São Francisco, junto à Ponte Golden Gate.
Após jogar pétalas de flores na Baía, Madeleine se atira nas águas escuras do
local, o que obriga Scottie a mergulhar para salvá-la do iminente
afogamento. Como ela se acha inconsciente, ele a leva até seu
apartamento. Lá, após recuperar-se, ela lhe agradece, ao mesmo tempo em
que os dois se sentem mutuamente fascinados um pelo outro. À medida que os dias
passam, eles se vêem cada vez mais freqüentemente. Num de seus encontros,
ela lhe conta que tem tido uns sonhos estranhos, passados sempre na torre do
sino de uma antiga vila espanhola. Pela descrição, Scottie reconhece o
local como sendo a Missão Espanhola de São João Batista, situada a cerca de 150
km ao sul de São Francisco. Na esperança de vê-la curada de seus medos e
pesadelos, ele lhe propõe irem no dia seguinte até a referida Missão. Uma vez
lá, Madeleine corre para a torre e começa a subir pela escada de madeira.
Scottie corre atrás mas, antes de alcançá-la, sente-se mal face à sua fobia por
altura. É quando ele vê, através de uma das janelas da torre, a queda do
corpo de Madeleine para a morte. Acometido de uma crise nervosa, Scottie é
internado num hospital psiquiátrico para tratamento. Ao receber alta, ele
passa a revisitar os lugares onde Madeleine costumava ir. Um dia, ao
entrar numa floricultura, ele vê na calçada uma loura extremamente parecida com
Madeleine. Ele a segue até seu apartamento, onde descobre tratar-se de
Judy Barton, uma jovem vinda do Kansas e que trabalha como vendedora na
Magnin's. Ao sair, ele a convida para jantar. Em seguida, ela relembra
toda a sua participação no plano de Gavin para assassinar a mulher, quando foi
'contratada' para se fazer passar por Madeleine, enquanto esta seria jogada do
alto da torre pelo marido. Decide, então, escrever uma carta para
Scottie, contando toda a verdade mas, ao final, a corta em pedaços. Na
referida carta, ela dizia que o único erro do plano foi o fato dela ter-se
apaixonado por ele. Conforme combinado, ela janta com Scottie. Este
termina se apaixonando por ela, que espera que sua paixão seja por ela, Judy, e
não por 'Madeleine'. Entretanto, ele passa a fazer com que ela se vista e
se penteie como o fazia 'Madeleine'. Apaixonada, ela assume os modos,
expressões e movimentos de 'Madeleine' como forma de agradá-lo. Quando ela o
pede para ajudá-la com um colar, ele finalmente percebe que Judy e 'Madeleine'
são a mesma pessoa e que fora enganado por Elster. Ele, então, a convida
para jantarem na Península. Assim, ele a leva até a Missão Espanhola de
São João Batista. Ela sente que a confrontação com a verdade é
inevitável. Ao chegarem lá, ele a pede que seja 'Madeleine' por alguns
momentos, a fim de que ambos se livrem de seus medos e angústias. Ela se
nega a fazê-lo, mas ele a força a subir a escada que leva ao topo da torre,
numa tentativa de reconstituir as cenas que levaram ao assassinato da
verdadeira Madeleine. Na subida, Scottie percebe que ficou curado de sua
acrofobia. Experimentando sentimentos fortes de amor e ódio, ele não
resiste quando ela insiste que o ama e os dois terminam abraçados e aos beijos.
De repente, ouvem-se passos. Aterrorizada, pensando tratar-se do fantasma
de Madeleine, Judy recua, perde o equilíbrio e cai do alto da torre para a
morte, assim como ocorrera com a mulher a quem substituíra anteriormente.
Scottie, embora curado do medo de alturas, sai completamente destruído por mais
esta desilusão.
COMENTÁRIOS
"Um Corpo
Que Cai" é mais um excelente filme do mestre Hitchcock. Seu ótimo
roteiro, escrito por Alec Coppel e Samuel A. Taylor, foi baseado no livro
"D'entre les morts", escrito em 1954 por Pierre Boileau e Thomas
Narcejac. A trama é bastante complexa e Hitchcock consegue dosar, de forma
irretocável, o seu costumeiro suspense com um comovente romance. A grande
reviravolta, em torno das personagens vividas por Kim Novak, é um dos pontos
altos do filme. Além dos magníficos trabalhos dos roteiristas e de Hitchcock,
"Um Corpo Que Cai" apresenta ainda a excelente música de Bernard
Herrmann, a bela fotografia de Robert Burks e as primorosas atuações dos
principais atores. James Stewart está irretocável no papel de Scottie.
Por outro lado, Kim Novak está maravilhosa ao interpretar basicamente três
personagens: o da verdadeira Madeleine, o de Judy Barton e o de Judy fazendo-se
passar por Madeleine. A química entre ela e Stewart é perfeita. Em
papéis menores, merecem, destaques as atuações de Barbara Bel Geddes e Tom
Helmore.
por
Carlos Augusto de Araújo
TURISMO NO BLOG
SEMANA SANTA: PAIXÃO DE CRISTO NO CEARÁ
Aracati e Pacatuba revivem os últimos dias de Jesus na Terra durante a Semana Santa. As duas cidades esperam repetir o sucesso de anos anteriores com a realização de espetáculos comoventes
A cidade de Aracati - a 150 quilômetros de Fortaleza -
realiza, há 26 anos consecutivos, o tradicional espetáculo teatral ao ar livre
da Paixão de Cristo. Com um elenco de 150 atores e figurantes, a peça será
apresentada defronte à Igreja Matriz, nos dias 17 e 18 de abril próximo, a
partir das 20 horas. Em 2014, o espetáculo assumirá ares de superprodução e
adotará uma nova concepção cênica, trazendo efeitos especiais e uma série de
novidades com o objetivo de superar as expectativas e atrair um público de 10
mil pessoas por noite. A Paixão de Cristo do Aracati, que já é o maior
espetáculo teatral ao ar livre do Ceará, será realizada este ano no maior
espaço cênico do Brasil. Encenada ao longo de um percurso de seis quilômetros,
a peça contará com dezenas de embarcações que percorrerão o Rio Jaguaribe
trazendo a caravana sagrada, enquanto carruagens de época e a cavalaria romana
seguirão pelas ruas do patrimônio histórico com luzes apagadas e tochas acesas.
Todo esse cortejo se dirige ao Largo da Matriz, onde acontecem as cenas mais emocionantes
da peça: o lava-pés, a santa ceia, os milagres, a prisão, morte, ressurreição e
ascensão de Jesus Cristo.
A iniciativa de promover um espetáculo da Paixão de
Cristo durante a Semana Santa surgiu pela primeira vez em Aracati em 1989, a
partir de uma ideia do professor Tinoco Luna. O sucesso de público foi tão
grande que motivou o surgimento, anos depois, de vários outros espetáculos
similares nesse mesmo período, os quais atualmente também se realizam tanto na
cidade como em praias, na região ribeirinha do Rio Jaguaribe, além de outras
comunidades rurais.
O Instituto Aracupira de Cultura Brasileira (IACB) e a
Prefeitura de Aracati tomaram a iniciativa de realizar o espetáculo teatral
"A Paixão de Cristo do Aracati 2014 - 26 Anos de Paixão". Os promotores
consideram de grande importância e relevante simbolismo dar sequência a um
evento cultural que, sem fins lucrativos, já mobilizou milhares de pessoas em
26 anos de apresentações consecutivas e se tornou o segundo maior espetáculo
teatral ao ar livre do Brasil, atrás apenas de Nova Jerusalém, em Pernambuco.
Ao promover o turismo, o tradicional espetáculo dinamiza
as atividades de hotelaria, transportes e gastronomia em Aracati durante a
Semana Santa, gera emprego e renda, aquece a economia local e, consequentemente,
melhora a vida das pessoas que tiram seu sustento dessas atividades.
A Paixão de Cristo do Aracati, realizada no Largo da
Matriz, conta com o apoio do Governo do Estado do Ceará, Prefeitura Municipal
de Aracati, Diário do Nordeste, Paróquia Nossa Senhora do Rosário e Colégio
Municipal de Aracati. A organização do evento é de Teobaldo Silva, na
coordenação geral. Xico Izidó-rio atua na direção teatral e o professor Tinoco
Luna fica com a produção cultural.
PACATUBA
A Paixão de Cristo em Pacatuba - a 30 quilômetros de
Fortaleza - chega à 40ª edição e mais uma vez será encenada na Praça da Paixão,
área central da cidade. O espaço tem oito mil metros quadrados e conta com
cenários que imitam as construções do tempo de Jesus Cristo. Durante as apresentações,
o local é rodeado de arquibancadas, camarotes e telões. Apoiada pelo poder público, a encenação da Paixão de
Cristo em Pacatuba desponta no cenário artístico como um evento capaz de
arrastar multidões. Por outro lado, o espetáculo mudou a realidade de pessoas
que, no passado, jamais ousariam sonhar com uma carreira artística, mas que
hoje se projetam e se reconhecem como capital humano. A encenação em Pacatuba atrai um público de 15 mil
pessoas por edição e conta com 200 atores e figurantes, selecionados na própria
comunidade. Este ano, o espetáculo será encenado nos dias 17 e 18 de abril
próximo, a partir das 19 horas. Os preços dos ingressos para as arquibancadas
ainda não estão definidos. A produção do espetáculo dispõe de 300 profissionais. A
estrutura inclui camarotes, arquibancadas, telões, show pirotécnico e todo um
aparato que busca dar realismo à apresentação. A iluminação e a sonoplastia são
especiais. Os primeiros passos aconteceram na Semana Santa de 1974,
quando um morador chamado Paulo Maria Pinto, juntamente com outras 12 pessoas,
resolveu, vestido de Jesus Cristo, acompanhar o vigário pelas ruas, encenando a
Via Sacra. Foi a partir da segunda apresentação que a peça começou a ter um
caráter mais teatral, com direito a cruz e soldados devidamente caracterizados.
O percurso das 14 estações utilizava as casas da comunidade e o encerramento
ocorria na Igreja Matriz, onde, sob lágrimas e aplausos, o Cristo era
crucificado diante de uma multidão. Toda a concepção do espetáculo saiu da cabeça do
teatrólogo, jornalista, historiador e museólogo Antony Fernandes. Diretor da
Paixão de Cristo de Pacatuba desde a sua segunda apresentação, o "Seu
Antony" promete novidades na encenação este ano, como um novo sepulcro e
novas cenas, como a Ascensão de Cristo, a chegada das mulheres ao sepulcro e
outras.
PIADA DO BLOG
CONTROLANDO A BUNDA
Um dia Samuel vai até a sinagoga pedir conselhos para o
rabino.
- Rabino preciso de ajuda. Sarah minha mulher está me
traindo, e o que é pior Rabino, ela está dando a bunda para o Jacó.
Daí o Rabino responde:
- Meu filho...
(com ar pensativo) Um dia eu estava em NY, assistindo a uma peça de teatro
quando de repente senti uma forte dor de barriga, corri para o banheiro e PUF,
eram gases. Voltei para a minha poltrona e 5 minutos depois outra dor de
barriga, novamente fui correndo para o banheiro e PUF, gases novamente. Quando
já tinha retornado a minha poltrona, outra dor de barriga, dai pensei, devem
ser gases. Filho... me Borrei todo na poltrona do teatro.
Nisso Samuel revoltado fala com o Rabino:
- Mas rabino... eu estou falando de Sarah, o que isso tem haver com ela?
- Meu filho - responde o Rabino - Se eu não consigo controlar a minha bunda... Como é que você quer que eu controle a bunda da sua mulher?
- Meu filho - responde o Rabino - Se eu não consigo controlar a minha bunda... Como é que você quer que eu controle a bunda da sua mulher?
TEXTO DO BLOG
BREVE HISTÓRIA DO PROJETO DE INTERLIGAÇÃO DO RIO SÃO
FRANCISCO ÀS BACIAS DO NORDESTE SETENTRIONAL

por Cássio Borges*
Toda nação tem seus grandes projetos: aqueles que chegam
ao conhecimento de todos e são motivo do imaginário popular. Nós, brasileiros,
temos os nossos e já fomos bem sucedidos na realização de alguns deles, apesar
do custo e das dificuldades na execução. A construção de Brasília, por
exemplo, foi um desses grandes projetos que precisou da corajosa e obstinada
determinação de um Presidente da República para que se tornasse realidade. A
hidroelétrica de Itaipu foi outra grande realização do povo brasileiro. Embora
entre as nossas grandes realizações como povo, haja, também, os fracassos como
a Transamazônica. O fato é que continuamos acalentando grandes sonhos, como o
Veículo Lançador de Satélites e o submarino atômico que, muito lentamente, tem
sido levado adiante pela Marinha nas suas instalações de Aramar. A EMBRAER,
também, poderia ser citada como mais uma realização de sucesso do povo brasileiro,
entre tantas outras, como a Petrobrás, por exemplo. Poderia citar,ainda, como
uma aspiração de nós nordestinos e da Nação brasileira, a
implantação, nesta região semi-árida, de uma infra-estrutura hídrica,
tendo em vista solucionar os problemas das secas e das inundações, o que vem
sendo, paulatinamente, conseguido através do Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas-DNOCS, nos seus 105 anos de existência. Na lista de
nossas desejadas grandes realizações como povo está, definitivamente, elencada
a transposição de águas do Rio São Francisco para o Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba e para o Estado de Pernambuco, onde serão construídas as duas
estações de bombeamento, ponto inicial do projeto.
Esta breve história sobre o Projeto de Transposição de
Vazões do Rio São Francisco, atualmente denominado Projeto de
Interligação do Rio São Francisco às Bacias do Nordeste Setentrional,
fala das dificuldades que esse empreendimento tem enfrentado
desde quando foi idealizado, pela primeira vez, no ano de 1859, ainda no
período imperial, até os dias atuais, quando se estabeleceu uma profunda e
apaixonada discussão em torno de sua viabilidade técnica e econômica. A
transposição, que prevê o desenvolvimento sustentável do semiárido setentrional
do Nordeste e da bacia do Rio São Francisco, tendo como foco a fruticultura na
região, é uma das prioridades do Governo Federal.
O problema das secas nos sertões nordestinos tornou-se
mais inquietante, desde a época do Império, quando, no período conhecido como
a “grande seca”, ocorrida entre 1877 e 1879, segundo relatos da história,
morreu de fome e de sede mais da metade da população afetada, calculada em 1,7
milhão de pessoas.
A institucionalização de um organismo governamental para
consolidar as tentativas de resolver o problema nordestino com enfoque
científico adveio com a criação, em 21.10.1909, da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), que,
sob o comando do seu primeiro Diretor Geral, engenheiro Miguel Arrojado Lisboa, congregou especialistas
nacionais e estrangeiros, entre eles os norte-americanos Roderic
Crandell, Horace L.Small, Horace Williams, Geraldo Waring, entre outros, os
quais realizaram estudos pioneiros de Cartografia, Botânica, Geologia,
Meteorologia, Cimatologia e de Hidrologia na região nordestina. Assim, no
começo do século XX, a tecnologia americana foi convocada para colaborar com a
engenharia brasileira na solução dos
problemas típicos do Nordeste no campo da hidrologia, hidrogeologia, geologia,
abertura de poços, obras civis em geral etc, indicando, também, a açudagem como solução para o problema das secas. A IFOCS nascia,
assim, com a imagem e a semelhança de sua congênere, o Bureau of Reclamation, dos Estados Unidos, criado há,
apenas, sete anos antes, em julho de 1902. Mas pela necessidade do
Brasil, à època, requisitar do exterior especialistas
em obras hidráulicas, “até então inexistentes em nosso país”, não há
dúvida quanto à semelhança das atividades praticadas, ainda hoje,
pelas duas entidades. O Bureau of Reclamation é
uma organização de engenharia de maior conceito e credibilidade em todo o mundo
técnico-científico ligado à questão dos recursos hídricos, concebido,
especialmente, para solucionar os problemas da região árida e semiárida
no oeste daquele país (1). Já no ano
de 1912, a IFOCS elaborava o mapa do
canal interligando o Rio São Francisco com o Rio Jaguaribe, cujo traçado se
mantém até os dias atuais com poucas modificações. Ressalte-se que,
àquela época, não se dispunha do recurso da aerofotogrametria, como se
deduz do depoimento que se segue:
O engenheiro F.J. da Costa Barros, em Boletim da Inspectoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), edição
de fevereiro de 1935, afirmou que o plano de ligação das bacias do Rio
São Francisco com a do Jaguaribe, no Estado do Ceará, “mereceu, já em 1912, por parte da Inspetoria de Obras Contra as
Secas, especial atenção, tendo sido efetuados vários estudos topográficos na
zona abrangida pelo projetado canal, os quais constituem objeto de sua publicação
No. 28 – Série I-G, que é o mapa referente ao canal São Francisco-Jaguaribe”.
Pelos registros da história, a IFOCS reexaminou esse assunto no ano de 1919,
chegando à conclusão que, para trazer água do Rio São Francisco para o Rio
Jaguaribe, por gravidade, seria necessária a construção de um tunel de 300
quilômetros de extensão. O custo do empreendimento e as dificuldades
tecnológicas da época, concluíram pela inviabilidade da
obra. Somente em 1972, quando se anunciou o início da construção da Barragem de
Sobradinho, no Rio São Francisco, a montante de Juazeiro, na Bahia, o
enigmático problema da ligação das duas bacias voltou à baila, em face da
elevação do nível das águas no lago criado. Entusiasta da referida
transposição, o deputado cearense Wilson Roriz, de Crato (CE), levantou,
novamente, a bandeira desse empreendimento.
O Departamento Nacional de Obras
Constra as Secas -DNOCS, que
sucedeu à IFOCS,examinou o assunto da forma como
apresentado em face da construção da Barragem de Sobradinho, que elevou as
águas do Rio São Francisco a mais de 60,00 metros de altura, tendo o engenheiro
Genésio Martins de Araujo, daquele Departamento Federal, em seu parecer, assim
se expressado: “A condição insofismável é, portanto, que, com base na
barragem de Sobradinho, para se atingir Farias Brito pelo preconizado canal,
sem bombemento, como queriam os defensores da idéia, ter-se-ia que seguir um
túnel desde Lagoa Grande, em Pernambuco, num desenvolvimento, em linha
reta, de 242 quilômetros”.
(1) O Bureau of Reclamation construiu, até os dias atuais,
cerca de 600 barragens em dezessete estados do oeste dos Estados Unidos,
enquanto o DNOCS construiu 948 em oito Estados nordestinos, sendo 326
açudes públicos e 622 em regime de cooperação com estados, municípios e
particulares com uma acumulação total de água superior a 37 bilhões
de metros cúbicos.
A ideia da transposição de água do Rio São Francisco foi
resgatada novamente pelo DNOCS,em
fevereiro de 1978, o qual promoveu, em sua sede, na Av. Duque de Caxias,
em Fortaleza, Ceará, um seminário sobre “Planejamento de Recursos Hídricos”, tendo o
professor Wilson Jordão Filho, da Internacional
Engenharia, do Rio de Janeiro, proferido
palestra sob o título “Grandes Transferências de
Águas entre Bacias Hidrográficas”,
sendo aprovada a tese da “transferência de água a partir
de outras regiões vizinhas com excesso de
disponibilidade hídrica”. Maiores detalhes desse encontro,
que reuniu 72 técnicos de nível superior, pertencentes a 21 entidades públicas
e privadas de todo o Brasil, consta do Boletim Técnico do DNOCS, V.36, No. 1,
jan/jun, de 1978.
Essa iniciativa do DNOCS teve
ampla repercussão nos meios técnico-cientificos nacionais, tendo a
Revista INTERIOR, Ano IV – Nº 24, de maio/junho, de 1978, na seção Atualidades,
assim se expressado: “Uma antiga e promissora idéia, por muitos
considerada utópica, voltou a repercutir entre técnicos em hidrologia de todo o
país: a transferência de águas entre bacias hidrográficas vizinhas… . A
possibilidade foi novamente discutida durante Seminário de Recursos Hídricos,
promovido pelo DNOCS, no início deste ano, e deverá ser estudada em
profundidade a partir de 1979”.
Animado com a repercussão nacional favorável do primeiro
encontro de especialistas em recursos hídricos do nosso país, novamente, em
outubro de 1979, o DNOCS promoveu,
em Fortaleza, o segundo encontro entre esses profissionais em um seminário que
foi denominado de“Ciclo de Palestras sobre Planejamento, Uso e Controle de Recursos Hídricos
em Bacias Hidrográficas”,
tendo o professor Theóphilo Benedicto Ottoni Neto, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, realizado uma palestra sob o título: “A Perenização Hídrica de Bacias Carentes do Nordeste-Uma
Solução Hidro-Energética”.
Através do Boletim Técnico do DNOCS, No. 39 (2): 127-144,
jul/dez.de 1981, o engenheiroManfredo Cássio de Aguair Borges, então Chefe da Divisão de Hidrologia do DNOCS,
publicou um trabalho técnico denominado “Subsídios aos Estudos de Transposição
de Vazões dos Rios São Francisco e Tocantins para
o Nordeste”, o qual inicia fazendo alusão ao desenvolvimento
tecnológico que, certamente, poderá dar solução definitiva à execução do
acalentado projeto de transposição de águas do Rio São Francisco, não só para o
Rio Jaguaribe, no Estado do Ceará, como para as bacias do Rios Paraiba do Norte
e Piranhas-Açu, nos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, assim se
expressando: “… já que as técnicas neste domínio tendem a
receber novos impulsos”. O autor fazia referência à
possibilidade de utilização da energia ociosa, “off-peak”, da Companhia Hidro Elétrica do Rio São Francisco (CHESF) para
bombear, a baixo custo, a água, a ser transposta. Abandonava-se, assim, a idéia
da transposição das águas ser feita por gravidade, constituindo-se na conclusão
mais importante dos dois seminários, acima referidos, promovidos pelo
DNOCS. Segundo essa proposição, o bombeamento somente seria feito, em horário
de tarifas reduzidas de energia, o que viabilizaria o empreendimento.
Mas quem tomou a iniciativa decisiva foi o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) e
no dia 13 de novembro de 1981, em solenidade realizada no auditório do
Ministério do Interior, foram assinados os Editais de Concorrência para a realização
de “Estudos de Previabilidade para Transposição de Águas dos Rios
São Francisco e Tocantins para a Região Semi-Árida do Nordeste”. A
época, era Ministro do Interior o Eng. Mário David Andreazza e Diretor Geral do DNOS, o Eng. José Reinaldo Carneiro Tavares.
Sob o comando do DNOS, esse projeto ainda
passou por vários estágios de aprimoramento em meio a um grande debate, a nível
nacional, que se seguiu após o anúncio dessa licitação. A idéia inicial
era transferir 800 m3/s durante os
quatro meses de enchentes normais do Rio São Francisco, retirados do
reservatório de Sobradinho, sendo beneficiados os rios Gurguéia, Itaueiras,
Piauí e Canindé, no Estado do Piauí; o Rio Salgado, afluente do Jaguaribe, no
Estado do Ceará; o Rio Piranhas-Açú, nos Estados da Paraíba e Rio Grande do
Norte; e os rios Pontal, Garças, Brígida e Terra Nova, no Estado de Pernambuco.
Esse volume, que seria transferido, corresponde à vazão média histórica que,
anualmente, é despejado no Oceano Atlântico pelo Rio São Francisco por falta de
aproveitamento.
Esse projeto previa a construção da Barragem
Aurora, no Rio Salgado, afluente do Rio Jaguaribe, no município de Aurora, no
Estado do Ceará, com um volume de 800 milhões de metros cúbicos de acumulação.
Uma de suas finalidades era a de servir, dentre outras, de caixa de
passagem para o Estado do Ceará das águas transpostas pelo Projeto São
Francisco. Após uma reunião realizada naquele Departamento, no Rio de Janeiro,
no segundo semestre do ano de 1986, da qual participei, representando o DNOCS, a convite do engenheiro Paulo Poggy, Coordenador do Projeto, contando ainda
com as presenças dos engenheiros Silvio Campelo eAlcimar Macedo, ambos da SUDENE, ficou decidido que a vazão a ser transposta
deveria ser de 320 m3/s, abandonando-se a idéia
inicial dos 800 m3/s, que significava a retirada
de um volume global de 8.294.400.000 m3 do Rio São
Francisco, segundo os termos de referência da mencionada licitação.
A reação a esse projeto, considerado, à época faraônico, foi de tal forma
que o DNOS reduziu, mais uma vez, a vazão
para 280 m3/s, ainda assim considerada exagerada, até mesmo por
aqueles que sempre se posicionaram favoráveis a esse arrojado
empreendimento como era o meu caso. Apesar disso, o projeto ficou
engavetado por falta de decisão política, sob a alegação de que a sua execução
deveria começar pela construção da Barragem do Castanhão, no Estado do Ceará,
que era considerada o “pulmão” do sistema de transposição. A Barragem de
Aurora, acima referida, foi, então, abandonada e substituída pela
do Castanhão, com um volume d´água de 6,7 bilhões de metros cúbicos.
Com a extinção do Departamento Nacional de Obras
e Saneamento (DNOS), no início de 1990, pelo então Presidente Collor de Melo,
o DNOCS assumiu a responsabilidade de dar continuidade à várias obras
daquele organismo federal, dentre elas, a do Açude Castanhão. Somente no
segundo semestre do ano de 1994 é que, na sede do DNOCS, na Av.
Duque de Caxias, em Fortaleza, quando se encontrava à frente do Ministéro da
Integração Regional (depois cognominado de Ministério da Integração
Nacional) o norte-riograndense Aloísio Alves, o Projeto de Transposição das Águas
do Rio São Francisco, foi reanalisado e revisto.
Segundo consta, a nova versão desse projeto, se encontra na
biblioteca daquela Autarquia, em Fortaleza. Com essa reformulação, a
vazão foi reduzida de 280 m3/s para 150 m3/s, sendo de 70 m3/s na primeira
etapa. O novo projeto beneficiava os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio
Grande do Norte e Paraíba através do que, mais tarde, viria a ser chamado de
Eixo Norte. Ainda assim, a oposição dos que eram contra a esse
empreendimento continuou cada vez mais acirrada.
Logo no princípio do primeiro mandado do Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, ele designou o seu Vice-Presidente, José Alencar, para coordenar o Projeto de
Transposição do Rio São Francisco tendo ele feito, junto com outros
Ministros, visitas a todos os Governadores dos Estados, direta ou
indiretamente, envolvidos nesse empreendimento. Mas somente no primeiro
semestre do ano de 2004, o então Ministro da Integração Nacional, Ciro Ferreira Gomes, anunciava um
novo projeto, que passou a denominar-se de “Interligação”, em substituição à
“Transposição”, ressaltando o aproveitamento da infra-estrutura hídrica
existente já realizada pelo DNOCS. No novo projeto foram
introduzidas profundas modificações em relação às versões anteriores.
Além do Eixo Norte, tradicionalmente objeto de estudos por parte do DNOCS, foi proposto o Eixo Leste, independente do
primeiro, que beneficiará mais uma região dos Estados de Pernambuco e da
Paraíba e, em especial, a cidade de Campina Grande. Desta forma, esse
empreendimento, formado por dois sistemas independentes, garantirá o abastecimento
de água, por todo o ano, às bacias hidrográficas localizadas na porção
setentrional da região nordestina. Este novo projeto, definido pelo Ministério
da Integração Nacional, estabelece uma vazão de 26m3/s
para os dois eixos, podendo chegar a 127m3/s quando o
reservatório de Sobradinho estiver cheio. Da vazão de 26 m3/s, caberá 18,5 m3/s
ao Eixo Norte e 7,5 m3/s ao Eixo Leste.
A sinopse histórica dos estudos e projetos à
indispensável “Interligação” comprova, irrefutavelmente, dever-se a esse atuante
e secular organismo federal, o Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas-DNOCS, nunca ter abandonado a idéia de ser, definitivamente,
resolvida a angustiante e economicamente desastrosa ocorrência das secas nos
sertões do setentrião nordestino, mediante a importação de água fluvial. Isto é
apenas uma comprovação de que o DNOCS de hoje continua sendo o mesmo de quando
foi inspirado pelo insigne homem público e notável pesquisador que foi o engenheiro Miguel Arrojado Lisboa, seu
primeiro Diretor Geral, que conseguiu instalar no Nordeste brasileiro
verdadeira escola de ciência e de humanidades onde o aprendizado
tecnológico vem sendo constantemente aprimorado, através de várias
gerações de profissionais dedicados e estudiosos, e onde se ensina e
se pratica o verdadeiro amor á Pátria.
Nestes breves comentários, não existe a pretensão de
fazer um relato mais profundo e proveitoso do trabalho que vem
sendo executado pelo DNOCS nos seus 105 anos de existência (completa no dia 21
de outubro próximo). Mas há o propósito somente de prospectar
uma visão futura da ação a ser desenvolvida por esse importante organismo
regional, sediado em Fortaleza (CE), não deixando de glorificar o seu
passado de realizações que constitui o alicerce e a garantia que se projeta
para o futuro com o reconhecimento de todo o povo nordestino.
Essa retomada de posição, que visa colocar o DNOCS
na esfera de comando da gestão dos recursos hídricos no Nordeste que é, e
sempre foi a sua vocação natural, cuja competência já foi demonstrada ao
longo de sua história com o reconhecimento de várias entidades brasileiras e
internacionais, entre as quais o Comitê de Grandes Barragens que,
na década de 70, afirmou, em uma de suas reuniões, que era a única entidade
no Brasil que fazia a gestão dos recursos hídricos de seus açudes para usos
múltiplos. Para comprovar a vocação e a competência do DNOCS na área de gestão
dos recursos hídricos bastaria lembrar que foi ele quem instalou e operou
a primeira rede hidrométrica básica do Nordeste recebendo o reconhecimento do
Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica-DNAEE, com o qual foi
firmado, no ano de 1979, um convênio para operação da rede fluviométrica
do Estado do Piauí. Devido ao relativo êxito alcançado, os dois organismos
federais resolveram ampliar o Acordo e firmaram um Convênio com a participação
da Companhia Hidro Elétrica do Rio São Francisco-CHESF, desta vez abrangendo,
não só o Estado do Piauí, como o Estado do Ceará. Tanto no primeiro, como no
segundo caso, o DNOCS foi o executor, tendo utilizado suas equipes de
hidrometristas lotados nos Serviços de Hidrologia das suas respectivas
Diretorias Regionais.
São inumeráveis exemplos, como os que acima foram
citados, que credenciam o DNOCS reivindicar, dentro de cada bacia
hidrográfica do Polígono das Secas, a exceção da bacia do Rio São Francisco, o
controle técnico ou a gestão dos usos da água, como modernamente se anuncia, em
consonância com a Política Nacional de Águas estabelecidas pela
denominada Lei das Águas, de Nº 9433, de janeiro de 1997 e com os Planos
Estaduais de Recursos Hídricos. Em suma, dentro deste esquema operacional,
caberia, também, ao DNOCS gerenciar o Projeto de Integração do Rio São
Francisco às Bacias do Nordeste Setentrional, cabendo-lhe relacionar-se a
outros organismos, tanto no plano federal, como no estadual e, até mesmo, no
municipal.
(*) Cássio Borges é engenheiro civil, ex-Diretor Regional do DNOCS
e de sua Diretoria de Estudos e Projetos tendo se especializado em Recursos
Hídricos pela Escola Nacional de Engenharia e Pontifícia Universidade Católica,
ambas do Rio de Janeiro.
OBSERVAÇÃO:
O Projeto da Transposição de Águas do Rio São Francisco para a
Região Setentrional do Nordeste Brasileiro obedeceu a cinco fases distintas até
a sua elaboração definitiva no primeiro mandato do Presidente Lula da Silva,
tendo como Ministro da Integração Nacional o ex-governador do Ceará, Ciro
Ferreira Gomes. Praticamente participei intensamente da segunda e
terceira fase mas devo esclarecer que não tive qualquer
participação no quinto estágio das discussões desse projeto na qual o
ex-Ministro Ciro Gomes teve brilhante e decisiva atuação diante da forte
resistência dos que se opunham à aprovação desse empreendimento. Porém ressalto
que em todo o período das discussões, a partir do ano de 1978, estive sempre
presente contribuindo com artigos, palestras e debates na imprensa
falada, escrita e televisada de todo o Brasil, visando esclarecer a
opinião pública nacional da importância desse projeto para a região nordestina.
No documento, acima transcrito, de minha autoria, faltou dizer que sempre
defendi esse projeto com, no máximo, 70 m3/s, entretanto na sua
concepção definitiva os canais foram concebidos e estão sendo construídos para
transportar 126 m3/s. Nos meus argumentos eu dizia que a vazão de 70
m3/s era como se fossem construídos em nossa região cinco açudes do
porte do Açude Orós que tem uma vazão regularizada de 12 m3/s. No
meu entendimento já seria uma grande conquista, além dos custos do empreendimento
que poderiam ter sido significativamente reduzidos. Sem falar que os
custos de manutenção dos canais e equipamentos do projeto, em sua totalidade,
seriam igualmente substancialmente reduzidos. O artigo “Projeto São
Francisco”, foi publicado na Revista Conviver, editada pelo DNOCS e BNB
em outubro de 2009 por ocasião das comemorações dos 100 anos de fundação
daquele extraordinário Departamento Federal. (Cássio Borges)
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